quinta-feira, 12 de novembro de 2009



O castro do monte São Domingos em Cristelos revela nas suas recentes escavações, um povoado de grande importância com prováveis ligações ao castro de Sanfins em Paços de Ferreira e ao de Mózinho em Penafiel . Outros povoados fortificados parecem existir em todo o concelho assinalados pela toponímia ou pelos vestígios das suas construções de pedra o que confirma a existência de uma densa teia humana nesta região.

Assim se manteve ao longo dos séculos, esta civilização pobre, dedicada à agricultura e à pastorícia, confinada aos estratos sociais que a própria comunidade lhes oferecia. Conservou no seu isolamento a rudeza da vida, a mentalidade e os costumes que seriam abalados profundamente pela ocupação romana. Conquistada a Península Ibérica e pacificados os seus povos, os romanos vão organizar o seu território em vários domínios da administração ( províncias, municípios), abrem estradas, introduzem novas formas de cultivo e novas técnicas, estimulam o comércio, introduzem a moeda, constróem monumentos, aquedutos, pontes, fomentam a exploração dos metais e o artesanato, trazem a sua cultura. É certo que a principal rede viária não passava por esta região, mas com o tempo todas estas novas vivências foram assimiladas pelas comunidades que começam a fixar-se nas planícies, organizando-se em novas aldeias adaptadas às novas necessidades.

HISTÓRIA DA FREGUESIA

Tal como o seu nome indica, esta freguesia reporta-nos para a existência de "castros". De facto há nesta freguesia vestígios da existência de um povoado da Idade do Ferro mais tarde romanizado.
O primeiro documento que nos reporta para esta freguesia é uma carta de doação, datada de 980, que Dona Vivili e seu marido Fromarigo Espassandes fazem ao mosteiro de Vilela da Igreja de Santo André de Cristelos.
Na Idade Média surgem diversos documentos sobre esta freguesia, que dão conta de vários casais foreiros de diversos mosteiros, como o de Vilela, o de Cete e o de Santo Tirso.
Nas Inquirições de 1258, o pároco de Santo André de Cristelos, Martinho Pires com as restantes testemunhas, relata que a igreja pertencia a herdadores e ao Mosteiro de Vilela, mas cuja apresentação dependia do Bispo do Porto.
Nas Inquirições de D.Dinis no lugar de Cristelos constavam três casais do mosteiro de Santo Tirso que eram honrados porque tinham sido de D. Gonçalo de Sousa.
As Memórias Paroquiais de 1758 referem que o abade é apresentação alternativa do Bispado do Porto e dos religiosos de Santo Agostinho do Convento de Nossa Senhora do Pilar.
Igreja: A Igreja de Cristelos destaca-se pela sua dimensão e pelo ritmo das suas partes. Na fachada descobrem-se alguns elementos dos finais do Barroco, com tendência clara para o Rocócó, numa leitura regional e algo cândida, designadamente no rebuscado frontão da fachada.
Capelas: A Capela de Nossa Senhora da Conceição vem já referida no Catálogo dos Bispo do Porto, facto que revela a sua antiguidade. A Capela de Nossa Senhora do Loreto constituiu, em tempos, antes da edificação da Capela do Senhor dos Aflitos, o promontório por excelência da Vila.
Outros locais de interesse: O Castro de São Domingos testemunha o ancestral povoamento desta terra. As casas da Ribeira e da Costilha são dois belos solares, cabeças de exploração agrícola e berço de algumas das mais altas individualidades do Concelho.